Sunday, January 18, 2009

Nova York à primeira vista...

Pode ser clichê, mas a palavra que melhor define Nova York é mistura. Quando peguei o metrô em dezembro, do meu lado havia dois franceses, dois japoneses, dois italianos e muuuitos latinos. Os últimos fizeram o espanhol se tornar a língua não-oficial dos Estados Unidos, pois assim falam 99,99999% das pessoas que, para os norte-americanos, possuem um emprego de "segunda mão". Os donos de lanchonetes e barraquinhas na rua às vezes são impossíveis de serem compreendidos. No entanto, estão entre as pessoas mais simpáticas.

Deve ser porque eles se identificam de alguma forma com as pessoas que estão chegando àquele país, mesmo que sejam turistas. Outros que sempre conseguem informar e tratam da melhor forma as pessoas são os guardas, sobretudo os de trânsito. Em compensação, digamos que fui "enxotada" por apenas querer uma informação. Acredito que parte desse sentimento um pouco xenofóbico dos norte-americanos vem da tragédia vista globalmente: a queda do World Trade Center.

Ao avistar o local onde ficavam as torres, fiquei muito surpresa. A profundidade que tinham as construções é enorme. E há toneladas e mais toneladas de entulho, mesmo sete anos depois. Eu e mais quatro amigas também do intercâmbio (Anna Carol, Gabriela, Gisele e Natalia) vimos também um quadro que retrata alguns momentos do acontecimento. Mesmo tendo acabado de voltar de um jantar super divertido e brincalhão, consegui sentir o clima pesado do local. Havia ainda flores e um pequeno caixão de papelão.

Mudei um pouco a minha imagem da tragédia por causa desse passeio. Por mais que tenha sido uma "pancada" nos norte-americanos, serviu para eles acordarem para o fato de que são vulneráveis. Mas o que aquelas pessoas sofreram lá dentro e os parentes que vivem tristes por conta disso até hoje, não tem preço. Senti por alguns instantes a "impotência" dos EUA diante daquela terrível situação. Por outro lado, o acontecimento foi usado como pretexto para duas outras guerras.

Combates que não tiveram o apoio da ONU, que tem um prédio também em Manhattan, por mais que isso pareça contraditório, sobretudo nos últimos anos, em que os EUA não têm respeitado as decisões do organismo internacional. A construção é do tamanho da importância do órgão, pena que não pude conhecer lá dentro, pois não há tour no sábado.

De qualquer forma, é proibida a entrada de visitantes na cúpula, como era de se esperar. Mas, do lado de fora, os turistas podem apreciar várias exibições - com fotos espetaculares - sobre todas as áreas em que a instituição atua. Quem me conhece, sabe como sou apaixonada por relações internacionais, então, foi realmente marcante estar no local onde as decisões mais relevantes do mundo são tomadas. Quando fui, os edifícios estavam vazios. Fico imaginando como devem estar agora com o conflito ocorrendo na Faixa de Gaza

8 comments:

  1. Muito interessante a sua visão. Nada como ter uma visão política do assunto e não só como turista.
    Não tem como negar q é minha sobrinha.

    Beijosssssss com muita saudades

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  2. Sou apaixonada por NY. A minha impressão sempre é de que ninguém mora em NY, só visita ou trabalha. É estranho imaginar como se mora em NY. É tudo tão passageiro, as pessoas nas ruas como se nada dormisse, ou se dorme, é longe dali. Eu sempre fui bem tratada por lá (e em qualquer lugar dos EUA, eles são bons de serviço) e a diversidade é realmente enorme. Qualquer um se identifica ali, qualquer um cabe lá. Se consiguir decifrar o louquíssimo sistema de metrô, sinta-se em casa. Mesmo que não pareça ter casas por ali.

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  3. Não teria melhor palavra para definir Nova Iorque. Aquela cidade é o centro do mundo, onde pode se encontrar tudo e todos, a cidade que nunca dorme.

    Eu acabei de lembrar da gente entrando nas lojas e sem que a pudessemos falar uma palavra, já perguntavam se éramos brasileiras! Eles, habitantes da Big Apple, estão acostumados com essa mistura toda!!!

    O W.T.C. realmente tem um clima muito pesado, você sente só de estar perto do local. Parece que tem uma tensão presa junto aos escombros, muito impressionante!

    Visitar a UN é um dos meus planos quando voltar lá. Esse pouco caso dos EUA para com a Organização, não podemos diminuir a importância deste!!

    Estou amaaaaando essa idéia de blog! Comentarei em todos os posts!!!


    Beijão!

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  4. Muito bom !
    Mesmo sem estar aí, deu para ter uma idéia da dimensão que as coisas têm em NY.
    Estamos acostumados a ter sempre as coisas narradas pelas mesmas pessoas, com o mesmo tipo de visão.
    Muito bom poder ouvir história de alguém próximo!
    Parabéns e aproveite bastante!
    Bjs

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  6. Concordo com você. A melhor palavra pra definir NY é mistura.
    Mas sabe que eu nem acho que os latinos são receptivos por se identificarem com os visitantes?
    Acho que os imigrantes que se fixam no país sentem uma necessidade constante de afirmação de sua cidadania. Deve ser muito difícil ser um morador de NY durante anos e nunca ser visto como tal, nem por norte americanos natos, nem por visitantes.
    Talvez a simpatia venha da cultura, do padrão de qualidade de atendimento dos EUA e da própria mentalidade de se estabelecer como parte do país.
    Bem, pelo menos é o que eu acho. É como eu me sentiria se fosse uma estrangeira morando em um país novo e altamente xenófobo.

    Gostei da sua idéia de blog. É uma espécie de diário de viagem comentado.
    Vou acompanhar também :)

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  7. A ONU é ali pertinho é? bom saber...
    aliás, pra que(m) serve a ONU?

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